sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Hoje Nelson

Nada melhor para uma sexta fria em Porto Alegre do que um texto no Nelson.
Nada melhor para uma sexta fria em Porto Alegre do que um Nelson falando de amor.



SER PARA SEMPRE FIEL

(Crônica retirada do livro O Óbvio Ululante - primeiras confissões, Ed. Companhia das Letras, 1993)

Em capítulo recente falei de Adolpho Bloch, não o atual, o milionário de Manchete. Não. O fundador de um império gráfico interessa menos. O grande Adolpho é o de Pereira Nunes, de pé descalço e calça furada. Era menino e passava fome. Hoje ele muda de automóvel como muda de camisa. Todo o dia sai om um carro novo. E aqui está o suave milagre. O menino da fome não morreu em Adolpho Bloch, e repito: - Adolpho Bloch não o matou.

Não só não matou e digo mais: - esta criança exânime e obsessiva há de salvá-lo. De vez em quando, resolvendo negócios nababescos, o Adolpho começa a tremer de humildade. Na porta, à sua espera, está o automóvel bonito como um elefante de rajá. E, apesar disso, Adolpho torna-se pungente, plangente. Ninguém entende, mas explico: - é o menino da fome que começa a doer em suas entranhas.

Mas falei em fome e, por associação penso em d. Hélder (ah, esse homem fatal). Contei em nota recente a entrevista do querido arcebispo na televisão pernambucana. O locutor fez-lhe a pergunta melíflua: - "padre, o que o senhor acha do amor livre?". O Nordeste em peso tremeu. D. Hélder faz um risonho suspense e fala: - "Por que tratar de amor livre se o Nordeste passa fome?".

Assim falou o grande arcebispo. Mas o Hélio Pellegrino, que soube do episódio, comentava comigo: - " Ah, d. Hélder perdeu a chance de uma resposta genial". Se o Hélio Pellegrino lá estivesse havia de responder, na hora, em cima da pergunta: - " Oamor livre é a fome!". Aqui entro para observar: - claro que a fome do Nordeste é muito mais promocional.

E porque faz as relações pública da fome nordestina, d. Hélder despreza ou esquece as outras formas de fome do homem. Pois o amor livre, como diz o Hélio Pellegrino, é uma delas, e insisto, umas das mais cruéis, das mais hediondas. Na minha infância havia um rapaz que era o escândalo de toda a Aldeia Campista.

Chamava-se Meireles. Meireles ou Marcondes? Não, não. Era Meireles mesmo. Pois o Meireles tinha uma namorada em cada esquina, noivas e esposas por toda a cidade. Muito já insinuavam o vaticínio: - "Qualquer dia dão-lhe um tiro!". E o Meireles foi, talvez o primeiro sujeito que ouviu falar em amor livre. Certa vez houve m festa na vizinhança; era batizado ou aniversário, não me lembro mais.

E o Meireles (ou seria Marcondes?), o Meireles estava lá e tomou conta da festa. Cercado de mocinhas, de senhoras, contou a própria vida. Confirmou que tinha uma paixão, ou várias, uma em cada bairro. Alguém lhe perguntou se não tinha vergonha. Abriu o riso: "Vergonha teria de ser homem de uma mulher só!". Naquele tempo as mulheres usavam leque (o movimento lépido ou lento do leque era de uma delicada voluptuosidade). E as presentes abanavam-se com mais angústia.

(Depois se soube qe o Meireles tinha não só namoradas, como filhos por toda a cidade.) No fundo, no fundo, a audiência estava fascinada com esse descaro monumental. Antes de sair, ainda disse: - "Qualquer um pode gostar de quinhentas ao mesmo tempo". Eu estava no aniversário, comendo mãe-benta. O Meireles foi, talvez, primeiro cínico que conheci na vida real.

Depois que o Meireles saiu, um vizinho de olho grande e triste disse apenas: -"É um canalha!". Aí está um ponto de exclamação que realmente o velho não usou. Dissera "canalha"sem ira, um "canalha" que saiu apenas informativo. Quanto a mim, nos meus sete anos, exatamente sete anos, tive uma náusea adulta.

Pode parecer que eu esteja aqui retocando, valorizando uma reação infantil. Repito que me veio uma ânsia, quase um vômito ético. Desinteressei-me das mães-bentas; e vim pra casa com vontade de morrer. Exatamente: -vontade de morrer. Eu não entendia um Meireles. Nasceu comigo o horror de trair. Eu queria ser fiel e que todos fossem fiéis. Amar a mesma, sempre. E, mais tarde, quando comecei a namorar, teria pena, vergonha de dançar, simplesmente dançar com outra. Em toda a minha infância, a minha mais doce utopia era morrer com o ser amado.

Volto ao Meireles. Nos fundos da nossa casa havia uma farmácia ( ainda hoje o cheiro de remédio, de certas pomadas, deflagra em mim todo um processo regressivo. É a farmácia que não morre. Em seu lugar levantaram um edifício. Mas em mim ela não morre). E uma tarde o Meireles entra lá. Ouvia-se a sua gargalhada no fim da rua. Contou anedotas. E em dado momento diz que estava sendo pai outra vez. Alguém perguntou: - "Quantos?". Ele pensou um momento e resmungou: - "Sei lá!".
E de repente o Meireles dis para os três ou quatro que estavam na farmácia: - "Olha o que eu vou fazer". À vista de todos, puxou o revólver. Houve protestos: - "Vira isso para lá!". Pediram: - " Não brinca!". E então, pálido mas sereno, ele introduziu o cano na boca. Ninguém dizia nada. Puxou o gatilho.

Eu estava em casa e ouvi o tiro. Horas depois já se montava todo um folclore sobre o suicídio. Segundo uns, pulou um olho; outros viram voar o tampo da cabeça; e se disse também que o sangue esguichara na cara de uma testemunha. Lembro-me que o tal senhor triste, que já o chamara de canalha, andou dizendo: - "Quem devia ter dado o tiro era um pai, um marido, um irmão". "Morte instantânea", disse o jornal. Quando a ambulância chegou, estava deitado os sapatos tortos de cadáver.

Hoje, na minha casa, penso de vez em quando no Meireles. O gesto suicida parece tornar-se no mais transparente dos mistérios. Na época toda a Aldeia Campista perguntava: - "Por quê?". Ninguém entendia. Mas o Meireles está diante de mim, tão nítido. Morreu do amor livre e, pois, de falta de amor. Tudo é falta de amor. O câncer no seio ou qualquer outra forma de câncer. É falta de amor. As lesões do sentimento. A crueldade. Tudo, tudo falta de amor.

E o Meireles separou o amor e o sexo. E sempre há os que apodreçam em vida porque separaram o sexo e o amor. A toda hora esbarramos com sujeitos de praticam a variedade sexual. Eles vão morrer na mais fria, lívida, espantosa solidão. Por vezes, de madrugada começo a jogar com as palavras. "Quem tem uma tem todas. Quem tem todas não tem ninguém." Depois do suicídio andaram fazendo na rua Alegre um censo das mulheres de Meireles. Falou-se em "duzentas". Porque teve duzentas, o Meireles morreu virgem como um solteirona de García Lorca.



[2/1/1968]






quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Meu dia com as orquídeas

Comprei um "filhote" de Phalaenopsis amarela e uma grande branca.


A grande está com dois botões bem inchados, sendo que um deles está abrindo.


3° dia de botão aberto

4° dia de botão aberto



5° dia de botão abrindo




As Phalaenopsis têm esse nome que deriva do grego, phalaina, que significa mariposa, aludindo à algumas espécies que quando abertas, se assemelham a mariposas em vôo.

As cores variam entre branco, amarelo, roxa e rosa, muitas vezes marcadas ou riscadas com atraentes formas.
As pétalas são arredondadas e podem florir até três vezes ao ano.


Descobri também que esta espécie prefere lugares mais quentes e sombra abundante. Estou pensando em constuir uma estufa exclusiva.


Na época de floração a tendência é pesar demais suas finas hastes, então escorei-a com um barbante para que não se quebre.

As folhas centrais são largas e brilhantes. Elas não devem ser regadas diretamente, pois possui a tendência acumular água, ficando suscetível ao aparecimento de fungos que podem matá-la.


A planta pequena eu comprei sem hastes, por que quero vê-la se desenvolver. A mesma espécie, porém amarela.

Vou estudar como multiplicar esse tipo de orquídea.


Depois eu conto como foi.

Hasta luego!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

HOJE CAIO.

Em homenagem a Caio F., meu riso e meu choro.
Em nossos olhos graças às suas mãos.
Abençoado Caio.


O dia em que Urano entrou em Escorpião (Velha história colorida) *
Para Zé e Lygia Sávio Teixeira e para Lucrécia (Lucas ou César Esposito)
*do livro de contos Morangos Mofados.


Estavam todos mais ou menos em paz quando o rapaz de blusa vermelha entrou agitado e disse que Urano estava entrando em Escorpião. Os outros três interromperam o que estavam fazendo e ficaram olhando para ele sem dizer nada. Talvez não tivessem entendido direito, ou não quisessem entender. Ou não estivessem dispostos a interromper a leitura, sair da janela nem parar de comer a perna de galinha para prestar atenção em qualquer outra coisa, principalmente se essa coisa fosse Urano entrando em Escorpião, Júpiter saindo de Aquário ou a Lua fora de curso.

Era sábado à noite, quase verão, pela cidade havia tantos shows e peças teatrais e bares repletos e festas e pré-estréias em sessões da meia-noite e gente se encontrando e motos correndo e tão difícil renunciar a tudo isso para permanecer no apartamento lendo, espiando pela janela a alegria alheia ou tentando descobrir alguma lasca de carne nas sobras frias da galinha de meio-dia. Uma vez renunciado ao sábado, os três ali ouvindo um velho Pink Floyd baixinho para que, como da outra vez, os vizinhos não reclamassem e viessem a polícia e o síndico ameaçando aos berros acabar com aquele antro (eles não gostavam da expressão, mas era assim mesmo que os vizinhos, o síndico e a polícia gritavam, jogando livros de segunda mão e almofadas indianas para todos os lados, como se esperassem encontrar alguma coisa proibida) – renunciando pois ao sábado, e tacitamente estabelecida a paz com o baixo volume do som e a quase nenhuma curiosidade em relação uns aos outros, já que se conheciam há muito tempo, eles não queriam ser sacudidos no seu sossego sábia e modestamente conquistado, desde que a noite anterior revelara carteiras e bolsos vazios. Então olharam vagamente para o rapaz de camisa vermelha parado no meio da sala. E não disseram nada.

Aquele que tinha saído da janela fez assim como se estivesse prestando muita atenção na música, e falou que gostava demais daquele trechinho com órgão e violinos, que parecia uma cavalgada medieval. O rapaz de camisa vermelha percebeu que ele estava tentando mudar de assunto e perguntou se por acaso ele já tinha visto alguma vez na vida alguma cavalgada medieval. Ele disse que não, mas que com o órgão e todos aqueles violinos ao fundo ficava imaginando um guerreiro de armadura montado num cavalo branco, correndo contra o vento, assim tipo Távola Redonda, a silhueta de um castelo no alto da colina ao fundo – e o guerreiro era medieval, acentuou, disso tinha certeza. Ia continuar descrevendo a cena, pensou em acrescentar pinheiros, um crepúsculo, talvez um quarto crescente mourisco, quem sabe um lago até, quando a moça com o livro nas mãos tornou a baixar os óculos que erguera para a testa no momento em que o rapaz de camisa vermelha entrou, e leu um trecho assim:

Os homens são tão necessariamente loucos que não ser louco seria uma outra forma de loucura. Necessariamente porque o dualismo existencial torna sua situação impossível, um dilema torturante. Louco porque tudo o que o homem faz em seu mundo simbólico é procurar negar e superar sua sorte grotesca. Literalmente entrega-se a um esquecimento cego através de jogos sociais, truques psicológicos, preocupações pessoais tão distantes da realidade de sua condição que são formas de loucura - loucura assumida, loucura compartilhada, loucura disfarçada e dignificada, mas de qualquer maneira loucura.
Ernest Becker, A negação da morte

Quando ela parou de ler e olhou radiante para os outros, o que tinha saído da janela voltara para a janela, o rapaz de camisa vermelha continuava parado e meio ofegante no meio da sala enquanto o outro olhava para o osso descarnado da perna de galinha. Disse então que não gostava muito de perna, preferia pescoço, e isso era engraçado porque passara por três fases distintas: na infância, só gostava de perna, na casa dele aconteciam brigas medonhas porque eram quatro irmãos e todos gostavam de perna, menos a Valéria, que tinha nojo de galinha; depois, na adolescência, preferia o peito, passara uns cinco ou seis anos comendo só peito e agora adorava pescoço. Os outros pareceram um tanto escandalizados, e ele explicou que o pescoço tinha delícias ocultas, assim mesmo, bem devagar, de-lí-ci-as-o-cul-tas, e nesse momento o disco acabou e as palavras ficaram ressoando meio libidinosas no ar enquanto ele olhava para o osso seco.

O rapaz de camisa vermelha aproveitou o silêncio para gritar bem alto que Urano estava entrando em Escorpião. Os outros pareceram perturbados, menos com a informação e mais com o barulho, e pediram psiu, para ele falar baixo, se não lembrava do que tinha acontecido a última vez. Ele disse que a última vez não interessava, que agora Urano estava entrando em Escorpião, ho-je, falou lentamente, olhos brilhando. Ele estava lá há uns cinco anos, acrescentou, e os outros perguntaram ao mesmo tempo ele-quem-estava-onde? Urano o rapaz de camisa vermelha explicou, na minha Casa oito, a da Morte, vocês não sabem que eu podia morrer? e pareceria aliviado, não fosse toda aquela agitação. Os outros entreolharam-se e a moça com o livro nas mãos começou a contar uma história muito comprida e meio confusa sobre um garoto esquizofrênico que tinha começado bem assim, ela disse, a curtir coisas como alquimia, astrologia, quiromancia, numerologia, que tinha lido não sabia onde (ela lia muito, e quando contava uma história nunca sabia ao certo onde a teria lido, às vezes não sabia sequer se a tinha vivido e não lido). Acabou no Pinel, contou, é assim que começam muitos processos esquizóides. Olhou bem para ele ao dizer processos esquizóides, os outros dois pareceram muito impressionados e tudo, não se sabia bem se porque respeitavam a moça e a consideravam superculta ou apenas porque queriam atemorizar o rapaz de camisa vermelha. De qualquer forma, ficou um silêncio cheio de becos até que um dos outros se moveu da janela para virar o disco. E quando as bolhas de som começaram a estourar no meio da sala todos pareceram mais aliviados, quase contentes outra vez.

Foi então que o rapaz de camisa vermelha tirou da bolsa um livro que parecia encadernado por ele mesmo e perguntou se eles entendiam francês. Um dos rapazes jogou o osso de galinha no cinzeiro, como se quisesse dizer violentamente que não, olhando para o que estava na janela, e que já não estava mais na janela, mas sobre o tapete, remexendo nos discos. Parou de repente e olhou para a moça, que hesitou um pouco antes de dizer que entendia mais ou menos, e todos ficaram meio decepcionados. O rapaz de camisa vermelha falou baixinho que não tinha importância, e começou a ler um negócio assim:

Laposition de cet astre en secteur situe le lieu ou l’être dégage au maximum son indiuidualitéaans une voie de supersonnalisation, à lafaveur d’un développement d’énergie ou d’une croissance exagerée qui est moins une abondance de force de vie qu’une tension particulière d’enérgie. Ici, l’être tendà affirmer une volontélucide d’independence quipeutie conduire à une expression supérieure et originaledesapersonalité. Dans la dissonance, son exigence conduit à l’insensibilité, à la dureté, à l’excesszf à l’extremisme, au jusqu’au’boutisme, à l’aventure, aux bouleversements.
André Barbault, Astrologie

Parou de ler e olhou para os outros três devagar, um por um, mas só a moça sorriu, dizendo que não sabia o que era bouleversements. Um dos rapazes lembrou que boulevard era rua, e que portanto devia ser qualquer coisa que tinha a ver com rua, com andar muito na rua. Ficaram dando palpites, um deles começou a procurar um dicionário, o rapaz de blusa vermelha olhava de um para outro sem dizer nada. Depois que todos os livros foram remexidos e o dicionário não apareceu e o outro lado do disco também terminou, ele repetiu separando bem as sílabas e com uma pronúncia que os outros, sem dizer nada, acharam ótima:

L’être tendà affirmer une volonté lucide d’independence qui peut le conduire à une expression supérieure et originale de sapersonalité.

Então perguntou se os outros entendiam, eles disseram que sim, era parecidinho com português, lucide, por exemplo, e originale, era superfácil. Mas não pareciam entender. Aí os olhos dele ficaram muito brilhantes outra vez, parecia que ia começar a chorar quando de repente, sem que ninguém esperasse, deu um salto em direção à janela gritando que ia se jogar, que ninguém o compreendia, que nada valia mais a pena, que estava de saco cheio e não apostava um puto na merda de futuro.

O rapaz de camisa vermelha chegou a colocar uma das pernas sobre o peitoril, abrindo os braços, mas os outros dois o agarraram a tempo e o levaram para o quarto, perguntando muito suavemente o que era aquilo, repetindo que ele estava demais nervoso, e que estava tudo bem, tudo bem. A moça de óculos ficou segurando a mão dele e passando os dedos no seu cabelo enquanto ele chorava, um dos rapazes disse que ia até a cozinha fazer um chá de artemísia ou camomila, a moça falou que cidró é que era bom pra essas coisas, o outro falou que ia colocar aquele disco de música indiana que ele gostava tanto, embora todo mundo achasse chatíssimo, só que precisou botar bem alto para que pudessem ouvir do quarto. O chá veio logo, quente e bom, apareceu um baseado que eles ficaram fumando juntos, um de cada vez, e tudo foi ficando muito harmonioso e calmo até que alguém começou a bater na porta tão forte que pareciam pontapés, não batidas.

Era o síndico, pedindo aos berros para baixar o som e falando aquelas coisas desagradáveis de sempre. A moça de óculos disse que sentia muito, mas infelizmente naquela noite não podia baixar o volume do som, não era uma noite como as outras, era muito especial, sentia muito. Tirou os óculos e perguntou se o síndico não sabia que Urano estava entrando em Escorpião.

Lá no quarto, o rapaz de blusa vermelha ouviu e deu um sorriso largo antes de adormecer com os outros segurando nas suas mãos. Então sonhou que deslizava suavemente, como se usasse patins, sobre uma superfície dourada e luminosa. Não sabia ao certo se um dos anéis de Saturno ou uma das luas de Júpiter. Talvez Titã.

sábado, 3 de outubro de 2009


"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa.
Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas.
A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."



CLARICE LISPECTOR

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Primeiros escritos

Faz uns meses que decidi deletar forever meu último blog, feito em 2007. Já estava obsoleto demais e nunca fora um refúgio na web mesmo.

Há um mês estou livre de certos compromissos que a vida de gente grande me enfiou goela abaixo, e agora, novamente depois de anos de recessão mental, estou de volta.

No primeiro post deste blog, que não tem pretensão alguma de ser o filho preferido de uma mãe desnaturada, vou contar sobre a minha visita ao Viva Bonsai -
http://www.vivabonsai.com.br/. Fica na Rua Silva Jardim, 730 no bairro Mont Serrat.

É um lugar lindo! Lembra os filmes do Pequeno Samurai, Daniel Sann, Banzai... Me senti no Japão. O proprietário se chama Valdoir e é um cara bem simpático, me ajudou com informações importantes sobre a minha pequena, mesmo ela não sendo uma das suas pequenas árvores.

Nada a ver com isso, estava eu com a minha pequena e primeira orquídea (de muitas que ainda virão) procurando um substrato orgânico que chama esfagno.

Descobri que é uma espécie de musgo que serve para umidificar pequenas plantas como orquídeas e plantas carnívoras até começarem a criar raízes.



Como essa C. labiata rubra aí embaixo.



Espero que a minha pequena cresça logo.
E não vejo a hora de ter a próxima.


Mas, então... continuando sobre a visita, soube que ele dá cursos de bonsai. Estou pensando seriamente...

Uma vez, em São Paulo, no Guarujá, entrei em um shopping com a minha tia e estava tendo uma exposição de bonsai.

Comprei um pinheiro, até me lembro, alguém disse que ele era do tipo "dragão", o que eu achei o máximo.

Feliz da vida, andando pra lá e pra cá com meu little dragon e me sentindo Daniel Sann, dei de cara com o Gugu. É, ele mesmo, o Gugu Liberato.

Minha tia ficou tão contente que quis de imediato tirar uma foto.

Infelizmente, não tenho essa foto aqui para postar agora, o que seria no mínimo divertido.
Então hoje essa visita me fez lembrar minha primeira compra vegetal, aos 13 anos, com o Gugu.

Naquele dia, descobri uma das minhas paixões: (não o Gugu) as plantas.

Sem mais por hora.

Beijos.